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Entenda a diferença entre Multicedente/Multisacado e Monocedente/Monosacado?

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Oliveira Trust

10 jul. 20254 min de leitura

imagem ilustrativa geralmente genérica que serve como capa do artigo
A crescente sofisticação do mercado de capitais exige, cada vez mais, um olhar técnico e cuidadoso sobre as estruturas jurídicas e operacionais que sustentam as operações de crédito.

Nesse cenário, termos como multicedente, multisacado, monocedente e monosacado se tornam frequentes, e compreender o que significam é essencial para profissionais que atuam com securitização, fundos estruturados e outras modalidades de financiamento.

Mais do que simples classificações, essas estruturas impactam diretamente a governança, a segurança jurídica e a eficiência operacional de uma operação.


O que é uma operação monocedente/monosacado?


Em termos simples, uma operação monocedente é aquela em que há apenas um cedente, ou seja, uma única empresa transfere seus direitos creditórios para o fundo ou veículo de securitização.

Um exemplo comum de estrutura monocedente são operações em que uma companhia utiliza seus próprios recebíveis, como duplicatas ou contratos de aluguel, para captar recursos por meio da cessão desses ativos a um FIDC.

Já o termo monosacado indica que há um único sacado, isto é, o devedor desses créditos é uma empresa ou entidade específica.

Operações de “forfait” ou “risco sacado” são estruturas nas quais uma empresa adquirente (sacado) solicita a uma instituição financeira que antecipe o pagamento a seus fornecedores, sendo que a empresa adquirente paga o banco posteriormente, com juros.


E o que significa uma operação multicedente/multisacado?


No caso de operações multicedentes, temos múltiplas empresas cedendo seus recebíveis a um fundo ou veículo de securitização, o que permite maior diversificação.

Da mesma forma, o termo multisacado se refere à existência de diversos sacados, ou seja, diferentes devedores dos direitos creditórios.

Esse modelo é comum, por exemplo, em fundos de fomento mercantil, fintechs e plataformas de crédito que reúnem recebíveis de várias pequenas e médias empresas, distribuindo o risco e ampliando o alcance da operação.


Por que essas distinções são importantes?


A estrutura escolhida impacta diretamente questões como:

  • Governança e compliance: operações multicedentes e multisacados exigem sistemas capazes de lidar com volumes maiores de dados e validações frequentes.

  • Risco de crédito: a diversificação de sacados e cedentes pode diluir o risco, mas também exige análises mais criteriosas.

  • Custo e agilidade: operações mais complexas demandam soluções tecnológicas e jurídicas bem definidas para manter a eficiência.


Nesse contexto, a escolha entre uma estrutura mono ou multi deve considerar não apenas o perfil dos ativos, mas também os objetivos do originador e os requisitos regulatórios.


Como atuamos nessas estruturas


Nossa expertise de mais de 30 anos no mercado fiduciário se destaca tanto em operações com estrutura monocedente/monosacado, mais simples e diretas, quanto em modelos multicedente/multisacado, que exigem maior sofisticação nos controles e na gestão de dados.

Essas estruturas aparecem com frequência em operações como:

  • FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios);

  • Securitizações imobiliárias e do agronegócio (CRI e CRA);

  • Notas comerciais e outros instrumentos de captação corporativa.


Em todas essas frentes, a Oliveira Trust atua de forma estratégica, somando expertise regulatória, independência institucional e tecnologia própria para garantir o bom funcionamento e a integridade das operações.

Nos bastidores, realizamos funções técnicas essenciais para assegurar a integridade das operações, como validação documental, monitoramento dos cedentes, controle de elegibilidade dos ativos, supervisão de pagamentos e mediação entre as partes. Combinando tecnologia, expertise jurídica e neutralidade, garantimos eficiência, conformidade regulatória e solidez às estruturas, reforçando sua reputação no mercado.